Futebol Nacional.
Uma maravilha? Não, mas pode chegar um dia, em um futuro não tão perto, mas não tão longe. Um fiasco? Não, mas está perto. A situação do esporte em si não é tão alarmante assim. É necessário mudar para ser cada vez melhor. O que preocupa, é a situação dos que fazem o futebol.
Os clubes.
Essa série sobre o esporte mais praticado no país vem em 4 posts.
Nesta primeira parte vem a entrevista de Delair Dumbrosck, Presidente do Flamengo e que representou o Clube dos 13 em uma reunião da FIFA nos últimos dias. E tem alguns detalhes sobre outros assuntos polêmicos. Direto do blog de Cosme Rímoli no R7:
O blog teve acesso a uma informação que pode mudar o cenário do futebol brasileiro. Ela tem berço esplêndido. Na sala da presidência do Flamengo. O BNDES, além de bancar a construção de estádios e hotéis, teria outra inesperada função.
“Emprestar dinheiro aos clubes para saldar as suas dívidas. Os clubes vão lutar para aproveitar a Copa do Mundo no Brasil. A chance é essa.”
O aviso foi feito pelo presidente Delair Dumbrosck.
Ele acaba de voltar da Suíça onde viajou representando o Clube dos 13. E antecipa várias mudanças no futebol mundial. Porém está mais animado em acabar as dívidas flamenguistas. Elas já ultrapassam em muito os R$ 300 milhões.
Cosme Rímoli: Delair, qual será esse pedido de empréstimo ao BNDES?
Delair Dumbrosck: Olha, se haverá financiamento para estádios e hotés para a Copa, os clubes podem ser beneficiados. Os clubes são a base do futebol brasileiro. E eles têm dívidas imensas, que a cada dia inviabiliza a administração. Com o BNDES emprestando o dinheiro para acabar com as dívidas, o perfil do futebol brasileiro mudará de vez. A Copa do Mundo é uma grande oportunidade para brigarmos por isso. Essa postura do BNDES será o legado da Copa do Mundo. Não deixaremos que aconteça como o Panamericano que aconteceu e não deixou nada de bom. Nada. Para o futebol continuar forte no Brasil os clubes têm de sanar suas dívidas. Essa ideia é minha e vou tocar para a frente. Não vejo nada de errado. Os clubes no Brasil enfrentam problemas que ninguém quer ver.
C.R.: Como assim?
D.D.: Nós dividimos R$ 400 milhões por três anos de transmissão dos jogos. Os clubes europeus dividem 800 milhões de euros. É tudo muito desigual. Por isso é impossível manter os grandes atletas aqui. Nós temos conversado com as tevês para mudar essa situação. Nosso produto é nobre e está sendo negociado muito barato. Isso vai ter de mudar. Para isso iremos valorizar as nossas competições.
C.R.: Você pode antecipar as mudanças?
D.D.: As propostas do Clube dos 13 são bem interessantes. Vamos valorizar o Brasileiro. Queremos fazer um congresso com trocas de ideias antes da competição começar. E não só ideias. Nesse congresso faremos uma bolsa de jogadores. Trocaremos atletas entre nós, com grande economia para todos os clubes. Essas trocas estimulam os torcedores. E em seguida fazer a partida de abertura na cidade do congresso. Os campeonatos estaduais terão menos datas para os clubes grandes. Os torneios podem até ser maiores, mas os grandes entrariam na fase decisiva. O Flamengo e os outros clubes estão perdendo muito dinheiro dizendo não a amistosos no exterior. Vamos criar datas para essas partidas. Os patrocinadores cada vez mais são internacionais, precisam ser vistos no exterior. A cidade que me desculpe, mas não tem lógica o Flamengo fazer pré-temporada em Caxias. Também estamos pensando em premiar a Série B.
Deixar que os clubes que estiverem na B disputem a Sul-Americana, competição que não interessa aos da Série A.
C.R.: Tem mais mudança?
D.D.: Podemos discutir se será mantida a fórmula de pontos corridos. Há muita divisão, interesses. A televisão defende as finais. Os clubes estão divididos. Em relação ao calendário, eu sou favorável à adequação aos europeus. Mas sei que a televisão não quer. Vamos dialogar, vamos tentar fazer o quer melhor para o futebol brasileiro. Precisamos mudar para não morrer.
C.R.: E você foi até ao Congresso da Fifa. Haverá algo novo?
D.D.: Sim. E vai atingir muita gente. As tranferências internacionais online. Ou seja: o vendedor e o comprador negociarão online. A Fifa terá acesso às transações. Irá acabar a sacanagem de vender um jogador por dez milhões de euros e dizer que foram seis milhões. E a Fifa também quer acabar com a imagem do agente Fifa. O próprio jogador vai negociar seus direitos com o clube. Muita coisa está para mudar…
[Continua....]
Nenhum comentário:
Postar um comentário